Tártaro nos dentes: o que é, quais as causas e como tirar
A nossa boca é repleta de bactérias que, quando encontram uma superfície dura como os dentes, formam o que chamamos de biofilme dental, que é uma “massa” de bactérias, segundo José Todescan Júnior, especialista em prótese dental, odontopediatria e endodontia.
“Com o tempo, quando essa bactéria não é removida corretamente, ela começa a ‘roubar’ cálcio da saliva, a se solidificar nos dentes e, assim, resulta no cálculo salivar, popularmente conhecido como tártaro”, continua ele.
“O tártaro se apresenta como uma superfície calcificada que fica em volta dos dentes e pode ter várias cores, desde branco até tons mais amarelados”, completa.
A principal causa é a falta de higiene bucal adequada. “Ele é um reflexo da placa bacteriana que não foi desorganizada por meio da escovação ideal”, explica.
Tabagismo, consumo exagerado de açúcar, uso de certos medicamentos e aparelho ortodôntico são outros fatores que podem contribuir para o acúmulo de tártaro.
Como tirar o tártaro?
Matéria completa originalQuando a higiene bucal não é suficiente e o tártaro se forma, o tratamento consiste em removê-lo, o que deve ser feito por um dentista.
“O dentista pode usar raspadores manuais ou um aparelho de ultrassom para tirar o tártaro. Como o tártaro é uma estrutura bem dura, aderida aos dentes, o profissional utiliza esses métodos e consegue deixar a superfície dos dentes o mais lisa possível, reduzindo a chance de uma nova formação do problema”, detalha o Mauricio Rufaiel Matson, consultor científico da Curaprox do Brasil.
Não é recomendado tentar tirar o tártaro em casa, uma vez que essa prática pode provocar danos aos dentes.
“Considerando que o tártaro geralmente se deposita próximo à gengiva, uma pessoa não treinada pode acabar machucando essa gengiva na tentativa de remover o tártaro. Além disso, a utilização de instrumentos incorretos pode gerar ranhuras na estrutura dental, favorecendo a adesão de mais tártaro”, alerta Matson.
O que o tártaro pode causar?
Os especialistas apontam que, quando não tratado, o tártaro pode favorecer gengivite, periodontite, cáries, mau hálito, dentes manchados, perda dentária e até mesmo problemas cardíacas e respiratórios.
“Sua presença leva à sangramentos da gengiva (primeiro sinal de complicação) que evoluem para a perda de osso que sustenta os dentes, levando ao amolecimento dos dentes e, por final, sua perda”, conta o consultor científico.
Prevenção
Uma vez que o tártaro é formado pela calcificação da placa bacteriana, a melhor maneira de preveni-lo é por meio de uma higiene bucal correta. Também é indicado passar regularmente em consultas odontológicas.
De acordo com Mauricio, o ideal é fazer a escovação de duas a três vezes ao dia, utilizando, além da escova e da pasta de dente, o fio dental e a escova interdental.
“Para uma escova dental ter uma maciez adequada que evite problemas às gengivas, ela precisa ter de 5.000 a 12.000 cerdas fabricadas com materiais mais delicados do que o nylon convencional. Também não posso deixar de recomendar o uso de cremes dentais pouco abrasivos e que não possuam o Lauril Sulfato de Sódio, uma substância que provoca irritação”, conclui ele.